Numa quarta-feira, o Íbis foi a Caruaru enfrentar o Central pelo Campeonato Pernambucano. A vitória do time da casa era tida como favas contadas. Falava-se em goleada.
O Central era a quarta força do futebol pernambucano e vez por outra fustigava os grandes. Primo pobre, ao contrário de Náutico, Santa Cruz e Sport, que levavam seus jogadores para o Hotel Centenário, onde descansavam e eram muito bem tratados pelo dono do estabelecimento, Aluísio Souza Lima, o conhecido Aluísio Gata Maga, por sinal, diretor do Central, o Íbis foi direto para o bar de Hélio Mota, perto do antigo Mercado da Farinha. O preço era camarada, bem à altura da peãozada do mercado.
A condução que levou os ibienses à Capital do Agreste, encostou lá. Ozir Ramos, o presidente do clube, acertou para o pessoal jantar e recomendou a Hélio que a refeição deveria ser leve, na base do arroz e da carne na brasa ou na chapa, sem um pingo de gordura. Dito isso, saiu para fazer uma ligação interurbana, numa época em que havia um único posto telefônico em Caruaru.
Enquanto os jogadores aguardavam o jantar, o movimento tornava-se intenso no estabelecimento, com o fim do expediente no mercado. Hélio Mota era um fanático chefe de torcida, que não faltava a um jogo do Central, fazendo-se acompanhar da uma animada charanga. A atração no bar, naquela hora, era uma sopa fumegante, que saía a três por dois, e logo despertou o apetite do goleiro Negola.
Dirigindo-se ao balcão, Negola pediu: "Seu Hélio, bote uma sopa dessas pra mim". O comerciante ponderou: "O chefe de vocês avisou que a comida tinha que ser leve". "Que nada, isso não tem problema. O caso é que eu estou morto de fome", retrucou o goleirão. Compadecido, Hélio serviu um prato pra lá de quente, acompanhado de uma pimenta bem caprichada. "Seu Hélio, me dê uma pituzinha pra abrir o apetite", pediu Negola. "Rapaz, você não vai jogar?", "Vou jogar, mas isso não atrapalha".
O goleiro foi atendido, Outros jogadores aderiram ao prato. Foi quando despertou em Hélio Mota o lado torcedor. Caprichou na gordura, preparando os adversários para uma futura dor de barriga e a conseqüente queda de produção. No estádio, disse que quem quisesse apostar no Central que o fizesse, pois garantia que o Íbis não daria para a saída. Depois do jogo teve que dar muitas explicações. É que, em vez do Íbis, quem parou em campo foi o Central, que perdeu o jogo por 1 x 0. Sem sopa e sem gordura.
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Um comentário:
Central perdeu pro íbis?kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
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