quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Análise: Nordestão, por que não?

A temporada 2009 não foi positiva para o futebol nordestino. Na reta final das competições, um cenário nada agradável. Na Série A, o Vitória cumpriu uma discreta campanha, enquanto a dupla pernambucana (Náutico e Sport) foi presença constante na luta contra o rebaixamento. Na Série B, 5 dos 6 clubes da região criaram raízes nas últimas posições, tendo o Ceará como único time de fato competitivo. Entre as boas notícias, ASA e Icasa conseguiram a promoção da Série C para D, mas vale lembrar que as chaves regionalizadas já apontavam para esse desfecho (a disputa direta era contra a região norte), enquanto o Alecrim foi o único que se salvou nas desastrosas campanhas de nossos representantes na Série D. Amadurecer um modelo de rivalidade regional qualifica a competitividade, cria melhores expectativas financeiras e eleva as grandes equipes locais a um patamar bem mais acirrado que os modelos de competição estadual, que por vezes acabam nivelando por baixo seus participantes, reflexo percebido nas campanhas de disputas nacionais. Entre as propostas que poderiam ser aplicadas, o Blog dos Números estudou uma possibilidade que envolveria a participação de até 24 equipes (organizadas através de critérios técnicos e distribuídas através de quotas para cada estado) e utilização de 18 datas. Como exemplo poderíamos ter Pernambuco, Bahia e Ceará, cada um com 4 vagas, Sergipe, Piauí e Maranhão com 2 e os demais estados com 3. Os grupos seriam mesclados, com a primeira etapa (6 grupos de 4, jogos de ida e volta) obedecendo critérios geográficos e na segunda fase os dois melhores de cada grupo formariam quadrangulares (2, com jogos de ida e volta) que apontariam os finalistas da competição. Outros tantos modelos (2 grupos de 8, por exemplo, com semifinais e finais) poderiam ser adotados com menos equipes e até mesmo menos datas, mas que garantisse pelo menos uma série de 10 a 14 jogos para todos os participantes. E os estaduais? Uma proposta seria uma fase eliminatória com os times que não estivessem inseridos no Nordestão daquele ano. Na etapa seguinte, os melhores classificados formariam quadrangulares (1 ou 2), em modelo de semifinal (onde os vencedores disputariam o título), não usando mais do que 8 datas. Organizados, os times em comum acordo com as federações poderiam discutir propostas com a CBF para readequar o calendário e encaixar as datas excedentes, utilizando, por exemplo, as brechas de datas reservadas para competições como a Sul-Americana e até mesmo a Copa do Brasil. O projeto do Nordestão é viável, sim. Precisa ser planejado, comercializado e amadurecido, para que de fato deixe de ser um sonho e apareça como parte da solução necessária para reerguer os nossos times.

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