sábado, 26 de julho de 2008

Arquivo do Roberto: Náutico x Coritiba

Em 1972 aconteceu a primeira partida entre o Náutico e Coritiba em campeonatos brasileiros. O alvirrubro recebeu o campeão paranaense no Arruda. O jogo foi válido pelo teste 115 da então famosa loteria esportiva. Tão famosa que foi responsável pelo número de equipes naquele campeonato. Foram vinte e seis times, treze jogos por rodada. Treze eram os jogos da loteca. Simples. O Náutico precisava da vitória, pois estava no grupo mais difícil do torneio com Palmeiras, Cruzeiro, Flamengo e Coritiba. Os quatro, campeões estaduais daquele ano. A equipe formou com Helinho; Borges, Sidclei, Gilson e Romero; João Paulo e Vasconcelos; Dedeu, Paraguaio, Paulinho e Tico (Cordeiro). O coxa-branca escalou Jairo; Hermes, Peralta, Cláudio e Nilo; Dreyer e Chiquinho; Flexa (Kruger), Leocádio (Tião Abatiá), Zé Roberto e Fito. Anos depois Jairo foi goleiro do Náutico não deixando boas lembranças, mas na época era cotado para a seleção brasileira. O timbu foi pra cima, pressionou e num lançamento de Vasconcelos, Paraguaio aparentemente desviou para as redes aos 20’ do primeiro tempo. No intervalo Paraguaio confessou que nem havia tocado na pelota, ela tinha desviado em Cláudio. Gol contra. No segundo tempo Zé Roberto, homem de gols e de boates, empatou o jogo: 1x1. Esta partida, porém entraria para a história do futebol mundial por outro motivo. Aqueles eram tempos de linha dura. Quem tinha o poder dizia que prendia e arrebentava. E não falavam isso filosoficamente, não. Era o tempo do telefone e das cadeiras de dragão. O cartão amarelo e vermelho foram bolados para a Copa de 70, depois da carnificina contra Pelé na partida contra Portugal, da expulsão do argentino Ratin contra a Inglaterra e da guerra dos uruguaios no jogo contra a Alemanha na Copa de 66. Aliás, a CBD aprendeu muito com as mutretagens inglesas naquela copa. Mas alguns juízes brasileiros achavam que o método antigo era mais simples. Naquela noite de sábado o árbitro Genibaldo Matos já entrou em campo com cara de poucos amigos. Quando o jogo começou ele foi se irritando com as faltas, os pedidos de cartão, as reclamações. Até que num determinado momento chamou os capitães ao centro do gramado e numa decisão inusitada pegou o cartão amarelo no bolso e atirou no campo. "Perdi a paciência com vocês, seus..., não vou mais advertir ninguém. Quando eu me dirigir a vocês é pra mandar pra casa mais cedo. Todo mundo calado!" O resto do jogo prosseguiu tranqüilo. Em religioso silêncio beneditino. Não se ouviu mais um pio dentro de campo. Conheçam o Blog do Roberto, clicando no link abaixo: http://oblogdoroberto.zip.net/

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