segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Análise: A refinaria e o futebol

Por Roberto Vieira* O futebol é primo-irmão do poder econômico. Não compreender isso é não compreender o que ocorre nas quatro linhas. O Uruguai foi bicampeão do mundo. Quando o mundo importava sua carne e lã do Uruguai. Alguns irão lembrar que a Espanha dos anos 50 não era grande coisa, mas tinha o Real Madrid. E eu direi que o Real Madrid tinha Franco e os cofres abertos da ditadura, ansiosa por propaganda. Sem dinheiro não se faz gol por muito tempo. É a realidade das quatro linhas. O futebol africano é rico em dribles e pobre em proteínas. A refinaria de Pernambuco parece birra. Um desejo recente. Mas, consultando os jornais de um outro tempo, lá está a refinaria de Pernambuco. No papel. Acadêmica. Um recurso de semântica. Como no final da década de 50, quando um certo coronel Janary Nunes afirmava em alto e bom som. Janary Nunes que era o então presidente da Petrobrás: "Mataripe basta para o Nordeste!" Referindo-se à Refinaria de Mataripe instalada em 1949 na Bahia. O coronel Janary Nunes se preocupava também com as letras. Fundou a Academia de Letras do Amapá em 1952. Academia que até hoje não possui sede. Semântica. Mas, voltando ao assunto. Sem mudar Pernambuco, o futebol daqui permanecerá o mesmo. Igual ao Estado. Pobre e submisso. Julgando-se independente. Na verdade, colonizado. Uma academia de letras sem sede. Um recurso de semântica.
* Roberto Vieira, Médico, poeta, escritor e pesquisador do futebol pernambucano. Parceiro do Blog dos Números desde 2007, tem um Blog enriquecido de matérias interessantes sobe o nosso futebol. Para conhecer mais, clique AQUI

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